Coordenadores: David Tavares [ ESTeSL ] Amélia Augusto [ UBI ] Noémia Lopes [ EM-ISCS ]
A análise sociológica da saúde e da doença não é apenas importante por se dirigir a questões que estão no centro da existência humana – dor, sofrimento, morte -, mas também porque permite ilustrar os modos como as experiências de saúde e da doença são, em boa parte, resultado de como a sociedade está organizada. As questões da saúde e da doença são também questões sociais ligadas às desigualdades, às negações de cidadania, a velhas e novas configurações de poder, a etnocentrismos e exclusões. A análise e a interpretação da relação que os sujeitos estabelecem com a saúde e a doença exige a compressão do contexto sociocultural mais vasto em que estão inseridos, mas também que se considere a sua biografia individual, o modo como produzem e dão sentido às suas experiências encorporadas de doença e cuidados de saúde. Exige, no fundo, o exercício pleno da imaginação sociológica, o qual nos permite mover-nos entre níveis, de modo a captar a multidimensionalidade e a complexidade destes fenómenos sociais, na tentativa de dar resposta aos desafios que as sociedades contemporâneas colocam à sua análise e compreensão.
Neste contexto, a produção sociológica na área da saúde tem incidido sobre uma diversidade assinalável de objetos de estudo, problemáticas e debates teóricos, concetuais, epistemológicos e metodológicos.
O X Congresso Português de Sociologia, a ter lugar de 10 a 12 de Julho de 2017, na Universidade da Beira Interior (Covilhã), apresenta-se como o espaço propício ao debate das problemáticas presentes nos diferentes trabalhos realizados em Portugal no quadro da sociologia da saúde. Neste sentido, a secção temática de Sociologia da Saúde endereça a todos os interessados nesta área de conhecimento o convite para a apresentação de comunicações, com base em trabalhos de investigação, concluídos ou em curso, ou em exercícios de reflexão teórica e/ou metodológica centrados em temas específicos.
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